Instrução do Grau 11: Pierre Bourdieu

Inspetoria Litúrgica do Estado da Paraíba – 1ª Região

0225 - LOJA DE PERFEIÇÃO PAZ E AMOR

FUNDADA EM 11 DE ABRIL DE 1972

CAMPINA GRANDE -  PARAÍBA

 

Grau 11 – Uma leitura sociológica da ética e do poder inspirada em Pierre Bourdieu

 

Neste grau, o iniciado é convocado a ser um guardião vigilante da ordem moral, enfrentando tanto a corrupção institucional quanto os desvios éticos que podem surgir dentro de si mesmo. Não se trata apenas de seguir normas, mas de sustentar, com coragem e lucidez, os valores essenciais da verdade e da justiça.

 

Uma forma interessante de compreender essa missão é por meio das ideias do sociólogo francês Pierre Bourdieu, que analisou como nossas ações são moldadas por estruturas invisíveis – como costumes, crenças e símbolos – que organizam a vida em sociedade.

 

A disputa por significado dentro da Ordem

 

No universo maçônico, o Sublime Cavaleiro Eleito atua num campo onde não apenas ações, mas também valores e símbolos estão em constante disputa. Seu papel, portanto, é o de alguém que reconhece esse movimento e busca reafirmar os princípios que sustentam a integridade da Ordem, resistindo às tentações da vaidade, da hipocrisia e do desvio ético.

 

Essa vigilância, defendida por Albert Pike, pode ser vista como uma forma de fortalecer o modo de ser do maçom – aquilo que guia seus pensamentos, percepções e decisões ao longo de sua caminhada. Esse modo de ser não surge do nada: ele é cultivado através da vivência simbólica, dos rituais e da convivência com os ideais da fraternidade.

 

Símbolos que moldam condutas

 

Os elementos simbólicos do Grau 11 — como os Doze Cavaleiros e a luta contra a falsidade — não são apenas representações. Eles ajudam a formar a visão de mundo do iniciado, influenciando como ele enxerga a justiça, como age e como se posiciona dentro da estrutura maçônica.

 

Esses símbolos, ao mesmo tempo em que conectam os maçons, também servem para reafirmar o compromisso com os valores da Ordem, criando um laço que vai além da aparência e se aprofunda na vivência ética.

 

Justiça como prática e exemplo

 

O Sublime Cavaleiro não age apenas por dever ou imposição externa. Sua atitude reflete uma transformação interior, resultado de um aprendizado contínuo e de uma vivência que vai moldando sua forma de perceber e agir no mundo. Ao defender a justiça e a verdade, ele não apenas cumpre um papel, mas expressa aquilo que se tornou — alguém cuja ética foi integrada ao modo de viver.

 

Por enquanto

 

O Grau 11 do REAA, à luz das ideias de Pierre Bourdieu, mostra como a maçonaria, por meio de seus símbolos e práticas, constrói uma forma particular de ver e viver o mundo. Essa construção orienta o comportamento de seus membros e fortalece o compromisso coletivo com a verdade, a ética e a justiça.

 

Que possamos, como Sublimes Cavaleiros Eleitos, reconhecer a força dos símbolos e das práticas que nos formam — e usá-los com sabedoria e responsabilidade, sempre a serviço do bem comum.

 

Hiran de Melo – Presidente da Excelsa Loja de Perfeição “Paz e Amor”, corpo filosófico da Inspetoria Litúrgica do Estado da Paraíba, Primeira Região, do Supremo Conselho do Grau 33 do REAA da Maçonaria para a República Federativa do Brasil.

 

Anexo

 

Descrição da Ilustração

 

A ilustração, criada com inspiração na sociologia de Pierre Bourdieu, retrata a Ordem Maçônica como um campo dinâmico de lutas simbólicas. A imagem destaca como a conduta ética é moldada por objetos simbólicos e práticas rituais, enfatizando a interação dos indivíduos com esses símbolos para a formação de sua bússola moral.

 

A justiça é visualizada como uma prática incorporada, demonstrada através de figuras que interagem dentro da estrutura maçônica, evidenciando como os princípios de equidade são vividos e aplicados na Ordem. A ilustração utiliza uma variedade de elementos visuais, como motivos arquitetônicos e figuras simbólicas, para comunicar a complexidade das interações sociais e os processos de poder simbólico. Ela ressalta a interação entre a autonomia individual e as estruturas sociais, refletindo o foco de Bourdieu na natureza incorporada das práticas sociais.

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