Instrução do Grau 12: Gilles Deleuze
Inspetoria Litúrgica do Estado da Paraíba – 1ª Região
0225 - LOJA DE PERFEIÇÃO PAZ E AMOR
FUNDADA
EM 11 DE ABRIL DE 1972
CAMPINA
GRANDE - PARAÍBA
Grau 12 – Uma leitura inspirada pela filosofia de Gilles
Deleuze
O
Grau 12 da Maçonaria traz à tona uma transformação profunda: o maçom deixa de
ser apenas um guardião da tradição e se torna um criador consciente. Não basta
repetir fórmulas antigas — é hora de trilhar caminhos novos, guiados por
escolhas autênticas, por relações vivas com o mundo e por uma abertura contínua
à transformação.
1. O maçom como criador: mais que seguidor
“Deixa
de ser apenas um guardião da Lei e se torna um criador consciente”.
Nesse
estágio, o maçom começa a sair do molde. Ele não está mais limitado a
reproduzir o que recebeu. Começa a produzir sentido próprio, a partir de suas
experiências, ideias e afetos. Criação passa a ser mais importante que
repetição.
É
um passo decisivo: tornar-se sujeito da própria construção, em vez de apenas
encaixar-se em uma estrutura pronta.
2. Construir a si mesmo como um processo, não como um
modelo pronto
“Construir a si
mesmo [...] contribuir para uma sociedade mais justa e equilibrada”.
A
imagem do templo interior ilustra bem esse movimento: ele não está acabado, nem
tem um projeto fixo. Vai sendo erguido passo a passo, com escolhas conscientes
e abertura para o inesperado. O importante não é alcançar um ideal imóvel, mas
manter-se em transformação.
Esse
processo não é sobre alcançar um ponto final, mas sobre seguir uma linha de
criação contínua — uma linha que escapa das amarras da rigidez e aponta para o
novo.
3. A sabedoria como fluxo, não como estrutura fixa
“A mente
racional, o senso de beleza e a disciplina interior”.
Sabedoria,
aqui, não se apresenta como uma verdade definitiva. Ela surge como um fluxo, um
entrelaçamento de razão e sensibilidade, pensamento e emoção. Não é algo que se
acumula, mas algo que se vive — e se reinventa.
O
texto do Grau 12 expressa isso ao unir ciência e espiritualidade, forma e
energia, arquitetura e alma. Tudo está interligado, em constante movimento,
como numa rede viva de significados.
4. Símbolos como gatilhos de criação
“Compasso,
esquadro, medidas, templo [...]”
Os
símbolos não são apenas ornamentos ou objetos de contemplação: são ferramentas.
Verdadeiras alavancas de transformação interior. Ao refletir sobre eles, o
maçom ativa forças que o ajudam a criar-se de novo — não para repetir um ideal,
mas para reinventar sua própria forma de existir.
Cada
símbolo, nesse contexto, é uma máquina de pensamento, uma faísca criativa.
5. O templo interior como espaço em aberto
“Cada palavra,
gesto e escolha são como pedras [...]”
O
templo interior não é um recinto fechado em busca de perfeição. É um espaço
vivo, em construção permanente. Um lugar onde cabem dúvidas, mudanças e
múltiplas possibilidades.
Nesse
estágio, o maçom deixa de ser apenas um construtor de muros. Torna-se alguém
que abre passagens — entre o visível e o invisível, entre o que é e o que ainda
pode ser.
Por enquanto
O
Grau 12 revela que o verdadeiro arquiteto não copia modelos prontos. Ele cria.
Com responsabilidade, com visão, com abertura. Seu templo interior não é um
destino fixo, mas uma jornada contínua de transformação.
Inspirados
pela filosofia de Gilles Deleuze, compreendemos que ser maçom nesse grau é
viver em constante criação. Cada símbolo, cada gesto, cada escolha é uma
oportunidade de produzir sentido — e, com isso, transformar o mundo ao redor.
Hiran de Melo – Presidente da Excelsa Loja de
Perfeição “Paz e Amor”, corpo filosófico da Inspetoria Litúrgica do Estado da
Paraíba, Primeira Região, do Supremo Conselho do Grau 33 do REAA
da Maçonaria para a República Federativa do Brasil.
Anexo
Descrição da Ilustração
A
ilustração retrata um Maçom estilizado
em plena ação criativa, rodeado por linhas energéticas e formas abstratas que fluem. Isso simboliza a contínua autoconstrução e a geração de
novas ideias. O "templo interior" é representado como um espaço dinâmico e aberto, em constante
formação, com símbolos maçônicos como o compasso e o esquadro atuando como fontes ativas de criação. A paleta de
cores combina tons frios e quentes, refletindo a união de razão e
sensibilidade. No geral, a imagem expressa a transformação do Maçom de guardião a criador, vivendo um processo
contínuo de reinvenção.
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