Instrução do Grau 12: Immanuel Kant

Inspetoria Litúrgica do Estado da Paraíba – 1ª Região

0225 - LOJA DE PERFEIÇÃO PAZ E AMOR

FUNDADA EM 11 DE ABRIL DE 1972

CAMPINA GRANDE -  PARAÍBA

 

Grau 12 – Uma leitura inspirada na filosofia de Immanuel Kant

 

1. Da obediência à autonomia moral

 

O maçom deixa de ser apenas um guardião da Lei e se torna um criador consciente”.

 

A verdadeira moral não nasce do medo ou da tradição, mas da decisão livre de fazer o que é certo. Quando alguém age não porque foi mandado, mas porque entende e escolhe o bem, alcança a chamada autonomia moral.

 

Nesse grau, o maçom dá esse salto: deixa de apenas obedecer e passa a agir com consciência, tornando-se criador de sentido e valores. Um passo em direção à verdadeira liberdade interior.

 

2. Construir a si mesmo com base em princípios

 

“Construir [...] é um símbolo de algo maior: construir a si mesmo [...]”

 

A construção do templo interior representa o esforço de moldar o caráter e desenvolver o que há de mais nobre em si. Não por orgulho, mas para ser digno da própria humanidade.

 

Agir como se cada gesto pudesse servir de exemplo universal — esse é o desafio. No Grau 12, isso se traduz em viver com verdade, justiça e beleza, guiado não por caprichos, mas por princípios sólidos.

 

3. Disciplina, clareza e dever

 

“Agir com ordem, clareza e responsabilidade [...] construir também valores”.

 

A ética não se mede pelo que é mais fácil ou conveniente, mas pelo que é correto. Fazer o bem pelo bem, mesmo quando isso exige esforço, é o que torna uma ação verdadeiramente moral.

 

O maçom, como Grande Mestre Arquiteto, carrega essa responsabilidade: agir com propósito, integridade e visão. Não por interesse, mas por compromisso com o que é justo.

 

4. Razão e espiritualidade em equilíbrio

 

“Unir razão e espiritualidade, entendendo que fé sem base é frágil, e razão sem alma é vazia”.

 

Quando fé e razão caminham juntas, nasce uma espiritualidade madura — que inspira sem iludir, que fortalece sem aprisionar. A razão dá forma à fé, e a fé dá sentido à razão.

 

No Grau 12, essa união se manifesta como clareza de pensamento e elevação de espírito. Não se trata de crer ou pensar — mas de fazer as duas coisas com profundidade e equilíbrio.

 

5. Dignidade, responsabilidade e exemplo

 

“Cada palavra, gesto e escolha são como pedras [...] da construção do seu próprio templo interior”.

 

A dignidade de cada pessoa está em sua capacidade de agir por princípios. Tratar a si mesmo e aos outros como fins em si — com respeito, consciência e intenção — é o alicerce da vida ética.

 

O maçom deste grau entende isso. Ele não busca aplausos, mas vive de forma a ser exemplo. Sua vida fala mais do que palavras, porque está firmada em escolhas conscientes e responsáveis.

 

Por fim

 

O Grau 12 marca um novo estágio: o momento em que o maçom deixa de apenas seguir regras para se tornar autor de sua própria vida. Ele não age por medo ou hábito, mas porque compreende o dever e o abraça com convicção.

 

É nessa liberdade consciente que, segundo Immanuel Kant, se encontra a verdadeira moralidade — e, portanto, a verdadeira grandeza.

 

Hiran de Melo – Presidente da Excelsa Loja de Perfeição “Paz e Amor”, corpo filosófico da Inspetoria Litúrgica do Estado da Paraíba, Primeira Região, do Supremo Conselho do Grau 33 do REAA da Maçonaria para a República Federativa do Brasil.

 

Anexo

 

Descrição da Ilustração

 

A figura central, um homem jovem com cabelos escuros e penteados, está meticulosamente construindo um grandioso templo. Ele está concentrado em assentar tijolos, seguindo uma planta arquitetônica que simboliza os princípios da moralidade e da razão. O templo que ele edifica é adornado com detalhes intrincados, sugerindo os ideais de justiça e dignidade humana.

 

Toda a cena é banhada por uma luz suave e etérea, que pode simbolizar a busca por iluminação e entendimento. O fundo é minimalista, garantindo que o foco permaneça na importância dos princípios fundamentais que guiam a construção. O estilo da ilustração é uma mistura elegante do clássico e do moderno, remetendo tanto aos afrescos renascentistas quanto às ilustrações arquitetônicas contemporâneas, convidando à contemplação profunda da filosofia kantiana.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog