Instrução do Grau 12: Pierre Bourdieu
Inspetoria Litúrgica do Estado da Paraíba – 1ª Região
0225 - LOJA DE PERFEIÇÃO PAZ E AMOR
FUNDADA
EM 11 DE ABRIL DE 1972
CAMPINA
GRANDE - PARAÍBA
Grau 12 – Um olhar inspirado pela sociologia da
transformação de Pierre Bourdieu
O
Grau 12 convida o maçom a olhar para dentro e, ao mesmo tempo, perceber como
esse interior foi moldado pelo mundo ao seu redor. Nossas crenças, valores e
modos de agir não nascem do nada — são fruto do ambiente, da cultura e das
experiências sociais que vivemos. Até na construção do templo interior, há
marcas do coletivo.
O
sociólogo francês Pierre Bourdieu chamou atenção justamente para isso: muitos
dos nossos pensamentos e escolhas são influenciados por estruturas sociais
invisíveis, que nos moldam mesmo quando achamos que estamos agindo por vontade
própria. A verdadeira liberdade começa quando reconhecemos essas influências e
escolhemos agir com consciência.
1. O Templo Interior e os hábitos que carregamos
“Construir a si mesmo
[...] contribuir para uma sociedade mais justa e equilibrada”.
Cada
um carrega um modo de ser que aprendeu com o tempo — uma espécie de “estrutura
invisível” feita de hábitos, ideias e crenças. Construir o templo interior,
como propõe o Grau 12, é justamente perceber esse conjunto aprendido e
reformulá-lo à luz de valores mais justos, éticos e conscientes.
É
uma reeducação de si mesmo, uma reconstrução do que já parecia pronto.
2. O maçom como transformador do seu meio
“O maçom deixa de ser
apenas um guardião da Lei e se torna um criador consciente”.
Cada
área da vida — política, religião, arte, e até a maçonaria — tem suas regras
próprias, suas formas de reconhecer valor. No Grau 12, o maçom começa a
perceber essas regras e, mais do que as seguir, passa a questioná-las e
recriá-las com ética e responsabilidade.
Ele
deixa de apenas jogar o jogo — e passa a redesenhar as peças.
3. Sabedoria como influência que transforma
“O maçom é chamado a se
tornar um verdadeiro artesão da sabedoria”.
Mais
do que acúmulo de conhecimento, sabedoria aqui tem a ver com influência
verdadeira — aquela que inspira, constrói e transforma. É um tipo de autoridade
que não se impõe pelo poder, mas pelo exemplo. E só tem valor se for
reconhecida pelo outro.
No
Grau 12, essa sabedoria não serve para destacar-se, mas para servir com
humildade, sempre com senso crítico e compromisso com o bem comum.
4. Liberdade dentro das estruturas
“Unir razão e
espiritualidade [...] agir com ordem, clareza e responsabilidade”.
Ninguém
nasce completamente livre. Vivemos cercados por estruturas sociais que nos
orientam. Mas a consciência dessas estruturas pode nos libertar: ao
entendê-las, ganhamos a chance de fazer escolhas mais verdadeiras, menos
automáticas.
Esse
é um dos grandes aprendizados do Grau 12: liberdade não é ausência de limites,
mas a capacidade de agir com clareza dentro deles — e, quando necessário,
transformá-los.
5. Educação como ferramenta de mudança real
“Cada palavra, gesto
e escolha são como pedras [...] da construção do seu próprio templo interior”.
Educar-se,
nesse contexto, é mais do que aprender conteúdos: é cultivar uma consciência
crítica e criativa. A educação maçônica, especialmente no Grau 12, não pretende
manter tudo como está. Ela quer formar construtores de novas realidades —
pessoas que se reinventam e, ao fazer isso, ajudam a transformar o mundo ao seu
redor.
Por enquanto
O
maçom desse grau não é mais apenas um seguidor de tradições. Ele enxerga como
foi moldado pelo mundo — e decide moldar a si mesmo de forma mais justa, mais
ética, mais consciente.
Inspirados
pela obra de Pierre Bourdieu, entendemos que o Grau 12 é também um exercício de
liberdade social. Um chamado à consciência ativa: reconhecer os símbolos que
estruturam a vida, agir com sabedoria dentro deles e, quando for preciso,
redesenhar o que já parecia dado.
Hiran de Melo – Presidente da Excelsa Loja de
Perfeição “Paz e Amor”, corpo filosófico da Inspetoria Litúrgica do Estado da
Paraíba, Primeira Região, do Supremo Conselho do Grau 33 do REAA
da Maçonaria para a República Federativa do Brasil.
Anexo
Descrição da Ilustração
A
imagem retrata um Maçom, imerso em luz suave, contemplando um turbilhão de
formas geométricas interconectadas, que simbolizam as estruturas sociais
invisíveis. Sua expressão reflexiva e a energia vibrante ao seu redor sugerem
uma transformação pessoal e sua influência no mundo, refletindo a busca
maçônica por conhecimento e aprimoramento da sociedade.
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