Instrução do Grau 13: Friedrich Nietzsche

Inspetoria Litúrgica do Estado da Paraíba – 1ª Região

0225 - LOJA DE PERFEIÇÃO PAZ E AMOR

FUNDADA EM 11 DE ABRIL DE 1972

CAMPINA GRANDE -  PARAÍBA

 

Grau 13 – Uma leitura à luz da filosofia da Friedrich Nietzsche

 

Friedrich Nietzsche (1844–1900) foi um pensador que rompeu com antigos dogmas sobre verdade, moral e religião. Em vez de seguir verdades prontas, ele propôs que cada um deve forjar seu próprio caminho — ideia que ressoa fortemente na simbologia do Grau 13 da maçonaria.

 

1. A busca pelo Nome perdido – a morte das certezas antigas

 

“O Nome Sagrado perdido representa mais que um segredo esotérico: ele é o símbolo da verdade suprema...”

 

Aqui, a perda do Nome pode ser entendida como o abandono de verdades herdadas, daquelas certezas que nos foram entregues prontas. O iniciado precisa romper com ilusões e convenções para começar a buscar um sentido mais verdadeiro — aquele que nasce de dentro, e não de fora.

 

Esse momento exige coragem: coragem para viver sem garantias, para encarar o desconhecido sem recorrer a velhas muletas metafísicas.

 

2. A descida à abóbada – o encontro com o abismo

 

“A escavação é comparável ao desvelamento da verdade que está oculta sob camadas de ego, ignorância e orgulho”.

 

Descer à abóbada é como encarar o próprio abismo. É um mergulho no inconsciente, naquilo que evitamos ver em nós mesmos. Mas é justamente ali, no escuro, que algo novo pode nascer.

 

Esse é o momento em que o iniciado tem a chance de se reinventar — como quem destrói uma velha estátua para esculpir uma nova imagem de si mesmo, mais sincera e mais forte.

 

3. O Nome Sagrado como criação, não como revelação

 

“Não é uma palavra, mas uma percepção. Não é um som, mas um estado do ser.”

 

O Nome não é algo a ser recebido, mas algo a ser construído. Ele representa o poder do iniciado de criar sentido, de transformar sua experiência em sabedoria. Não há fórmula mágica — há apenas o desafio de viver com autenticidade, mesmo em meio ao caos.

 

Nesse contexto, o Nome Sagrado é o símbolo da integridade que se alcança quando se é fiel a si mesmo.

 

4. A regeneração do ser – nascimento de um novo homem

 

“O iniciado reconstrói sua própria divindade interior a partir dos fragmentos esquecidos de si mesmo”.

 

Após a queda e o confronto com a sombra, o iniciado ressurge. Não é mais o mesmo. Ele retorna à superfície mais consciente, mais inteiro, mais livre.

 

Essa regeneração é a expressão do que o filósofo chamou de superação de si mesmo — não como fuga do humano, mas como aprofundamento dele. Um novo ser que não busca perfeição, mas vive com mais lucidez e presença.

 

5. O silêncio como sabedoria ativa

 

“O silêncio torna-se a linguagem dos sábios”.

 

Neste grau, o silêncio não é ausência, mas potência. É nesse espaço calado que o iniciado escuta o que não pode ser dito — a intuição, a consciência, a verdade que só se revela quando o ruído cessa.

 

É o silêncio do guerreiro atento, do sábio que compreende que o essencial não se explica: se vive.

 

Por enquanto

 

O verdadeiro segredo do Grau 13 não está nas palavras ou nos rituais, mas na jornada interior. O Cavaleiro do Real Arco é aquele que teve coragem de abandonar certezas, enfrentar o próprio abismo e retornar com uma nova visão da vida.

 

O Nome que ele encontra não é mágico — é a confirmação silenciosa de que vale a pena viver com coragem, verdade e criação constante.

 

Hiran de Melo – Presidente da Excelsa Loja de Perfeição “Paz e Amor”, corpo filosófico da Inspetoria Litúrgica do Estado da Paraíba, Primeira Região, do Supremo Conselho do Grau 33 do REAA da Maçonaria para a República Federativa do Brasil.


Anexo

 

Descrição da Ilustração

 

Uma figura solitária, de traços angulosos como uma xilogravura viva, permanece à beira de uma abóbada escura. Acima dela, símbolos maçônicos — compasso, esquadro, o olho que tudo vê — fragmentam-se no ar, dissolvendo-se como antigas certezas que ruem.

 

Das sombras abaixo, um sutil feixe de luz delineia o nascimento de um novo símbolo, orgânico e indefinido — o esboço de um sentido por vir.

 

A paleta terrosa e o contraste entre luz e trevas acentuam a travessia: a queda, a escavação, a reconstrução.


É a imagem de um abismo que não devora, mas forja.
De uma verdade que não se revela — se cria.

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