Instrução do Grau 14: Immanuel Kant

Inspetoria Litúrgica do Estado da Paraíba – 1ª Região

0225 - LOJA DE PERFEIÇÃO PAZ E AMOR

FUNDADA EM 11 DE ABRIL DE 1972

CAMPINA GRANDE -  PARAÍBA

 

Grau 14 – A Jornada Interior do Maçom à Luz de Immanuel Kant

 

1. O Grau 14 e a Jornada para a Autonomia

 

O Grau 14 marca um momento especial na caminhada do maçom: é o ponto em que ele começa a reconstruir o templo interior com consciência, maturidade e verdade. Aqui, não se trata mais apenas de aprender — trata-se de viver o que se aprendeu, de transformar conhecimento em sabedoria.

 

Esse despertar lembra o pensamento de Immanuel Kant, que defendia que a verdadeira moralidade não vem de fora, mas nasce de dentro — da capacidade de cada um agir conforme princípios éticos universais, por escolha própria e não por obrigação. O iniciado, então, deixa de ser guiado por regras impostas e passa a seguir a luz da sua própria consciência moral.

 

2. A Luz Perfeita como Despertar Interior

 

A chamada "Luz Perfeita" não é algo que se recebe — é algo que se revela. Ela representa o momento em que o maçom compreende que não precisa de verdades externas para ser justo. Ele percebe que sua própria razão, quando usada com honestidade e coragem, aponta o caminho do bem.

 

Essa luz não é mágica, nem mística: é fruto da razão desperta, da prática ética, da escolha por fazer o certo mesmo quando ninguém está olhando. É quando a verdade deixa de ser um ideal distante e passa a ser um modo de viver.

 

3. O Dever Moral e a Reconciliação com o Sagrado

 

Neste grau, fala-se da reconciliação com o Nome Inefável, símbolo do princípio criador e da verdade suprema. Mas essa reconciliação não é passiva — é uma escolha. É a decisão de viver de forma justa, coerente, responsável.

 

Ser Sublime e Perfeito não significa estar pronto, mas estar comprometido com o que é certo, mesmo quando isso exige esforço. O dever aqui não é um peso: é o caminho da verdadeira liberdade.

 

4. O Templo Interior como Símbolo de Autossuperação

 

Reconstruir o templo interior é, na verdade, reconstruir a si mesmo. É deixar para trás as máscaras, os medos e os ruídos do mundo exterior, e erguer uma vida com base em valores sólidos, escolhidos livremente.

 

Esse templo não se constrói com pedras, mas com atitudes. Cada ato justo, cada palavra verdadeira, cada gesto de compaixão, é um tijolo na construção desse santuário invisível. O iniciado se torna, aos poucos, o próprio templo — firme, ético, iluminado.

 

5. Trindade Filosófica: Deus, Universo e Homem

 

O Grau 14 também nos fala de uma tríade sagrada: Deus, o Universo e o Homem. Juntos, esses três elementos formam uma unidade.

 

Deus representa o ideal do bem supremo.

 

O Universo simboliza a ordem, a natureza e o mistério.

 

E o Homem, com sua liberdade e razão, é quem deve ligar esses dois polos através da ética.

 

Quando o maçom vive de forma consciente e justa, ele se harmoniza com essa tríade — e faz do mundo um reflexo do Templo que carrega dentro de si.

 

6. A Luz Verdadeira: Um Caminho de Escolha

 

No fim das contas, a verdadeira luz não é algo que se recebe num grau ou num ritual. É o brilho que nasce quando a razão e a moral se encontram, e o ser humano decide, dia após dia, viver com propósito, com dignidade, com verdade.

 

O Grau 14 não entrega uma recompensa. Ele revela um compromisso: ser templo, ser ponte, ser exemplo.

 

"A luz que você procura não está fora de você, mas na sua consciência desperta. Reconheça-a — e você será o arquiteto do seu próprio templo."

 

Hiran de Melo – Presidente da Excelsa Loja de Perfeição “Paz e Amor”, corpo filosófico da Inspetoria Litúrgica do Estado da Paraíba, Primeira Região, do Supremo Conselho do Grau 33 do REAA da Maçonaria para a República Federativa do Brasil.


Anexo

 

Descrição da Ilustração do artigo

 

A imagem representa um iniciado dentro de um templo etéreo — símbolo da reconstrução do templo interior. As paredes são translúcidas, mostrando que essa construção é espiritual, não material.

 

No centro, a figura está em silêncio contemplativo, com uma luz suave irradiando do peito: a "Luz Perfeita", símbolo da razão moral desperta e da autonomia ética.

 

Ao redor, formas geométricas e elementos cósmicos sugerem a trindade de Deus, Universo e Homem. Linhas de energia conectam esses símbolos, indicando a busca pela harmonia entre o sagrado, a natureza e a consciência humana.

 

A paleta de cores transmite serenidade e introspecção, refletindo o caminho do maçom que, ao agir com base no dever e na razão, transforma-se no verdadeiro templo vivo do Grande Arquiteto do Universo.


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