A Experiência de Iniciar no Grau de Mestre Secreto – Uma Reflexão Pessoal

 

A minha iniciação ao grau de mestre secreto, marca a passagem não apenas de um número, de um grau qualquer. Mas de um chamado profundo à uma reflexão sobre os segredos da nossa ordem.

Ultrapassando os limites da maçonaria simbólica, eu penetrei nos mistérios mais íntimos das nossas tradições. Deixando de ser apenas um obreiro da pedra bruta, para se tornar um guardião do segredo. O silêncio se torna uma das virtudes essenciais. Aprendi que o silêncio não é ausência de som, no silêncio verdadeiro, o aprendizado se faz presente, onde aprendemos a escutar a voz interior.

Fui tomado por um sentimento de reverência ao perceber que agora faço parte de um nível mais elevado de estudos e compreensão. Minha vida maçônica ganhou um novo sentido.

Tornei-me mestre secreto e compreendi, que o silêncio é o guardião dos segredos, lealdade e integridade. Saber manter o silêncio absoluto é uma prova de respeito para com os irmãos e nossa sublime Ordem.

Também entendi e aprendi, que essa jornada não é feita de conquistas exteriores, mas sim de descobertas do meu mundo interior. No grau de mestre secreto, esse princípio é vivido com mais intensidade.

Após a iniciação nos graus filosóficos, me tornei mais vigilante, não apenas dos segredos da Maçonaria, mas do meu próprio pensamento, o silêncio se tornou parte essencial, onde edifico e protejo o que me foi confiado.

Eu escolhi servir e honrar os compromissos assumidos, sempre me guiando pelo poder do silêncio.

Jose Renato do Nascimento – Mestre Secreto

 

Breve Consideração

Por Hiran de Melo

A iniciação no grau de Mestre Secreto não representa apenas a transição de um número ou título dentro da hierarquia maçônica. É, antes de tudo, um chamado ao autoconhecimento e à responsabilidade diante dos segredos e símbolos que sustentam nossa Ordem.

Ao ultrapassar os limites da maçonaria simbólica, o Mestre José Renato descreve uma imersão nos mistérios mais profundos da tradição. A pedra bruta já foi talhada; agora, inicia-se o tempo de vigiar e proteger. O silêncio, tão presente nesse novo estágio, deixa de ser um simples gesto de recolhimento para tornar-se uma linguagem própria — uma forma de escutar com mais profundidade e sensibilidade.

Esse silêncio, porém, não é vazio. Como diria Zygmunt Bauman, vivemos tempos líquidos, em que tudo é veloz, descartável e superficial. O silêncio, nesse contexto, torna-se quase um ato de resistência. Ele permite que o maçom mergulhe em sua interioridade, que escute não o ruído do mundo, mas a voz discreta da consciência e da tradição.

A reverência mencionada não é imposta, mas nasce do reconhecimento de que agora há mais a proteger do que a conquistar. Como bem pontua Leandro Karnal, o verdadeiro crescimento se dá quando abandonamos a necessidade de exibir poder e passamos a compreender o valor do dever. Tornar-se Mestre Secreto é justamente isso: escolher o compromisso silencioso ao invés da visibilidade.

A vigilância agora se volta menos ao exterior e mais ao próprio pensamento, aos sentimentos, às intenções. O silêncio vira morada — não de omissão, mas de sabedoria. Ele se torna escudo e ferramenta de construção interior. O Mestre José Renato conclui reafirmando sua escolha: servir, proteger, e manter vivo o que lhe foi confiado. Não por vaidade, mas por honra.

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