A Jornada Maçônica e os Caminhos do Conhecimento
Em
nossa vida profana, poucos ou nenhum conhecimento temos sobre o que é a
Maçonaria. A sermos convidados para adentrar na Ordem Maçônica, uma tempestade
de dúvidas pelos simples fatos de que tudo. É desconhecido. Começamos os nossos
trabalhos no Grau de Aprendiz, Caminhando com dificuldades, muitas vezes até
com grandes curiosidades buscando conhecimentos, tudo é novo, tudo é
aprendizado, pois, matamos um eu velho e aos poucos deixamos nascer um novo ser,
aos poucos, iniciamos os nossos conhecimentos, conforme os nossos interesses,
até que um dia conseguimos aumento salarial, ou seja, somos Elevados ao Grau de
Companheiro Maçom, neste grau, aprendi que nos graus simbólicos este é o de
mais relevância, onde captamos mais conhecimentos. Apesar das necessidades da
época, fui exaltado no mesmo dia, pois a Loja era recém fundada, e, tinha
necessidade de Mestres para fazerem parte da diretoria. A dedicação pelos
estudos aumentou, foi quando realmente percebi o tamanho da responsabilidade
que caia em minhas costas, a verdadeira importância da maçonaria.
Devido
a minha dedicação, tive a glória de adentrar nos graus filosóficos, estes
chegaram para que eu buscasse o melhor de minha pessoa, conhecimento das origens,
coisas fundamentais para o meu crescimento espiritual, tudo o que a Maçonaria
tem para oferecer a sociedade em geral.
(grau
4) - Comecei nos graus filosóficos, em um momento que a maçonaria estava de
luto, todos sofriam a dor de Hiram, o maior exemplo de Maçom na Ordem Maçônica,
todos preferiam o silêncio, a perda era grande, imaginações a todo momento,
como será a partir de então; aprendi que a melhor maneira é observar mais e
falar menos, a cautela é a melhor lição para que se possa fazer as escolhas corretas.
(grau5)
- Estive sempre buscando o meu aperfeiçoamento moral e espiritual, melhorando a
minha integridade, de justiça e do cumprimento dos deveres na busca pela
verdade interior.
(grau
6) -_Busquei sempre o lado da lealdade e fidelidade, dando de mim o melhor.
(grau
7) - procurei
focar na justiça, na sabedoria e na imparcialidade nos julgamentos.
(grau 8) - Com esforços e muito
estudos, aprendi sobre a administração e gestão, tanto na prática quanto na
espiritualidade. aprendi sobre a responsabilidade de liderança, a gestão de
recursos e a sabedoria na tomada de decisões, a importância de construir e
manter não apenas edifícios físicos, mas acima de tudo o meu próprio
Espiritual.
Obs: nestes graus acima, estou apresentando um resumo de Peça
de Arquitetura de cada um deles. Abaixo apresentarei uma Peça de Arquitetura
conforme vivenciei.
(Grau 9) - "Cavaleiro Eleito dos
Nove", percebi em minha evolução ao grau de Eleito dos Nove, que a busca
pela coragem e da verdade pela justiça, o Cavaleiro aprende a agir com retidão,
e as adversidades da vida, com determinação e zelo pela justiça.
Na
busca pela Justiça e Coragem:
Observei, o quanto é para o Cavaleiro Eleito dos 9, na
defesa dos direitos aos mais fracos, aos lesados, aplicando a verdade e a Justiça.
Na Busca pela Verdade:
Com a verdade, o zelo, e determinação, teremos a coragem
de combater a ignorância e a injustiça em todos os pontos.
Na
Ação contra a Injustiça:
A simbologia do punhal, que representa um dos símbolos do
Cavaleiro Eleito dos 9, teremos de agir contra a injustiça, com determinação
contra os erros e as opressões.
Na
Mitologia de Osíris:
No teatro, onde se morre e se ressuscita, que representa a
transformação da libertação do iniciado ao Grau 9, buscando e evocando o Deus
Osíris na Mitologia Egípcio, (Deus do submundo, da agricultura e da
ressureição, conhecido por seus julgamentos entre os mortos e sua conexão com o
rio Nilo) e a Deusa Ísis, na iniciação representada pela maternidade, o
renascimento, da proteção e da cura.
Encerramento:
Aprendi
que o Grau 9, também nos ensina a desenvolver a nossa moral intelectual,
levando cada Eleito dos 9 a se melhora, a ser um líder, tanto para com a vida
maçônica quanto para a sociedade. Somos convidados ao trabalho, para a prática
da harmonia e da ordem, combater os vícios buscando a elevação moral e
espiritual de todos. Resumindo, o Cavaleiro Eleito dos Nove, busca
constantemente a justiça, a verdade e a coragem, preparando o maçom para agir
com retidão, liderar com sabedoria e contribuir para a transformação moral da
sociedade.
Inácio Loiola Campos Cavalcanti – Cavaleiro dos
Nove
Breve Consideração
Por Hiran de Melo
A vossa jornada pelos
graus maçônicos, Mestre Inácio, é um belo exemplo de que o aprendizado não
consiste apenas em adquirir informações, mas sim em vivenciar uma verdadeira
transformação. O senhor descreve essa trajetória como um processo de “matar um
eu velho” para dar lugar a um “novo ser”, e isso ressoa profundamente com a
ideia de que o conhecimento, especialmente o conhecimento maçônico, molda quem
somos.
A narrativa apresenta
a Maçonaria como uma autêntica “escola da vida”, na qual cada grau representa
um degrau de amadurecimento pessoal e espiritual. Ao ingressarmos, somos como
um campo virgem: há mais perguntas do que respostas, e cada símbolo, cada
ritual, se revela como um enigma. No início, é natural sentir-se perdido — é
como se estivéssemos em um território novo, onde precisamos reaprender até
mesmo o significado de nós mesmos.
Ao descrever vossa
trajetória, desde o primeiro contato com a Maçonaria até os graus filosóficos,
o Mestre Inácio mostra como o indivíduo é inserido em um universo de símbolos,
rituais e valores. Essa imersão não é passiva; exige dedicação, estudo e, como
o mestre bem coloca, a “verdadeira importância da Maçonaria” se revela com o
tempo e com o aprofundamento.
Pierre Bourdieu diria
que, ao entrar na Maçonaria, o iniciado começa a construir um novo habitus — um
conjunto de valores, comportamentos e formas de pensar que passam a moldar sua
maneira de agir no mundo. No Grau de Aprendiz, esse habitus ainda é frágil, e
as lições se concentram em desconstruir velhos hábitos para abrir espaço ao
novo. Ao alcançar o Grau de Companheiro, esse processo se aprofunda: é o
momento de ampliar horizontes, absorver mais conhecimento e colocar em prática
aquilo que antes era apenas teoria.
Quando se chega ao
Grau de Mestre, a responsabilidade aumenta. Não se trata mais apenas de
aprender, mas de guiar, inspirar e contribuir para a obra coletiva. É o momento
em que o maçom começa a se tornar um agente transformador não só na Loja, mas
também na sociedade.
O
Campo Maçônico e a Busca por Distinção
Quando o Mestre fala
sobre o "aumento salarial" — a elevação ao Grau de Companheiro Maçom
— e sobre a necessidade da Loja por Mestres, percebemos que a estrutura
maçônica, assim como outros grupos sociais, possui suas próprias dinâmicas de
reconhecimento e ascensão. A vossa dedicação aos estudos e o consequente acesso
aos graus filosóficos podem ser vistos como uma forma de buscar distinção, um
aprofundamento que vos diferencia e vos posiciona de maneira mais relevante
dentro da Ordem.
Essa busca por
aprimoramento, tanto moral quanto espiritual, e a aquisição de novos
conhecimentos e responsabilidades podem ser compreendidas à luz das ideias do
sociólogo Pierre Bourdieu. Ele argumentava que, em todo grupo social, existem
“campos” — como um campo esportivo ou artístico — nos quais as pessoas competem
por capital (que não é apenas dinheiro, mas também conhecimento, prestígio e
habilidades). No “campo maçônico”, o capital cultural (o domínio dos rituais, a
compreensão dos símbolos, a vivência dos princípios) e o capital social (as redes
de relacionamento e o reconhecimento dos pares) são extremamente valiosos.
Do
Luto de Hiram à Construção Espiritual
A vossa experiência no
Grau 4, marcado pelo luto de Hiram, ilustra a importância dos símbolos e
narrativas na Maçonaria. A dor compartilhada, o "silêncio" e as
"imaginações" sobre o futuro após a perda de um pilar como Hiram
reforçam a coesão do grupo e a transmissão de valores essenciais, como a
cautela e a observação.
Os graus seguintes que
o Mestre Inácio menciona – a busca por integridade (Grau 5), lealdade (Grau 6),
justiça e imparcialidade (Grau 7), e a administração e liderança (Grau 8) –
demonstram uma progressão clara em direção ao desenvolvimento de um
"habitus" maçônico. O habitus, na visão de Bourdieu, são as
disposições que internalizamos ao longo da vida, que moldam nossas percepções,
pensamentos e ações. No vosso caso, o processo maçônico parece estar
construindo um habitus focado na ética, na responsabilidade e no serviço.
O
Cavaleiro Eleito dos Nove: Coragem, Verdade e Justiça em Ação
No Grau 9, o
"Cavaleiro Eleito dos Nove", a vossa experiência atinge um novo
patamar, em que a coragem e a busca pela verdade e pela justiça se tornam
centrais. A simbologia do punhal — que representa a ação contra a injustiça — e
a conexão com a mitologia de Osíris — morte, ressurreição e transformação —
indicam um chamado à ação transformadora.
É notável como o
Mestre relaciona esse grau à defesa dos direitos dos mais fracos e ao combate à
ignorância e à injustiça. Isso demonstra que a jornada maçônica não é apenas
introspectiva, mas também de engajamento com o mundo. O Cavaleiro Eleito dos
Nove é preparado para ser líder e para contribuir com a transformação moral da
sociedade, aplicando os conhecimentos e valores adquiridos.
Em resumo, Mestre Inácio, vossa jornada é um testemunho
de como a Maçonaria oferece um caminho de aprimoramento contínuo, no qual o
indivíduo é chamado a desenvolver não apenas o intelecto, mas também o caráter
e o compromisso com a sociedade. Trata-se de um processo constante de
construção — de si mesmo e do mundo ao redor.
Ao final, a mensagem é
clara: a Maçonaria é um caminho de transformação que vai além da vida na Loja.
É um chamado para ser exemplo, promover a harmonia, combater os vícios e
buscar, de forma permanente, a elevação moral e espiritual — em si mesmo e no
mundo que o cerca.
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