A Minha Iniciação ao Grau 4 – Mestre Perfeito

  

Tendo a Maçonaria como um sonho da adolescência, e no momento que me apareceu a primeira oportunidade e tive que deixar passar por questões familiares, na segunda segui em frente e com a certeza que diante de quaisquer circunstâncias estaria procurando constantemente evoluções dentro da ordem, mesmo que alguns momentos mais acelerados, outros mais “passo-a-passo”, sem “atropelos” ou sem correrias.

 

Depois da Exaltação, fiquei atento aos compromissos para ser liberado a entrar nos altos graus, e assim sendo, tinha interesse em buscar as duas linhas por mim conhecidas (Rito Adonhiramita e REAA), e queria ambas ao mesmo tempo. Muitos IIr aconselharam-me a seguir uma de cada vez, outros foram enfáticos que eu “andasse logo com tudo de uma vez” (palavras de um sábio Ir) ... então decidi um misto das duas formas de conselhos.

 

Seguir um período na primeira que já havia entrado, tinha como intenção atingir um determinado degrau, daí buscaria a do REAA, mas antes do tempo, recebi o chamado, que enxerguei como uma forma de convocação (convite), não podendo recusar ou adiar. E sim, o primeiro foi do Gran Arq do Univ usando nosso presidente da Loja de Perfeição Paz e Amor, o Ir Hiran de Melo como ferramenta para o convite, a quem agradeço imensamente.

 

Então como posso definir o momento ocorrido no dia 27/07/2025, sem me atropelar nas palavras?

 

Renascimento, não como na iniciação na Maçonaria pelo grau de Aprendiz, mesmo sendo a mais importante das iniciações, sem a qual não existiriam outras, as passagens ao Grau 4 foram novos renascimentos, e sim, “foram” – no plural, pois esta é a segunda iniciação a este grau e ambos foram ímpares e marcantes.

 

A primeira no Rito Adonhiramita no sistema de 13 graus, o meu Rito Mãe, de onde nasci na ordem e na qual toda minha estrutura maçônica fora criada e desenvolvida. Então nascer mais uma vez agora em outra estrutura e em novo Rito, No Escocês Antigo e Aceito foi uma experiência completamente nova, poderia até falar: um nascimento em uma nova Maçonaria, e por fim, me sinto três vezes renascido, ou “renascido dentro do renascimento”.

 

Hermes Mariz Reinaldo Gomes

 

Breve Consideração

Por Hiran de Melo

 

Amado Irmão e Mestre,

 

O texto que você compartilha já traz em si a força do testemunho íntimo, carregado de símbolos e da vivência singular do caminho. Contudo, sua narrativa, por vezes, se perde em excesso de explicação, quando o momento pede mais respiração, pausas e imagens que deixem o leitor sentir o peso e a leveza desse “renascimento” de que fala.

 

Na leitura, percebe-se o desejo de registrar o percurso quase como um diário espiritual, mas a beleza do instante se dilui em repetições ou justificativas que poderiam ser evitadas. A prosa ficaria mais viva se se deixasse guiar pelo ritmo da própria iniciação: ora lenta, ora intensa, como você mesmo descreve o caminhar maçônico. O essencial não está no detalhar minucioso das circunstâncias externas, mas no revelar do que se moveu dentro de você.

 

Heidegger nos recorda que o ser humano é sempre um ser-em-caminho, e sua narrativa ganha mais sentido quando assume esse tom de travessia. Talvez valha realçar menos a cronologia e mais a essência: o impacto do convite, a surpresa do chamado, a reverberação do rito em sua interioridade. O que se transformou em sua escuta? O que renasceu em sua percepção do mundo, da Ordem, de si mesmo?

 

Seu relato tem a potência de uma confissão poética, e pode florescer ainda mais se deixar que as palavras sigam o fluxo da experiência em vez de se prender à necessidade de justificar escolhas ou registrar cada detalhe. Lembre-se: o que marca o leitor não é tanto a quantidade de informações, mas a intensidade das imagens e sentimentos que você compartilha.

 

Assim, o texto pode ser lapidado como uma pedra bruta que já contém a luz em si — basta retirar o excesso, abrir espaços de silêncio e permitir que o brilho do renascimento fale por si mesmo.

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