Aquele que entendeu que o caminho nunca acaba

 

Nunca imaginei que retornaria a um estado de vulnerabilidade, necessitando novamente de um guia, após ter recebido a luz e vencido as trevas. Trabalhei arduamente, empunhando ferramentas pesadas para demonstrar meu valor, e fui promovido, avançando no estudo dos sentidos humanos e das artes liberais. Através da perseverança, conquistei o mestrado, provando minha inocência e lealdade à Grande Obra e ao Mestre Construtor.

 

Nesta nova etapa da jornada, não houve tinidos de espadas ou trovões ameaçadores que antes me cercaram. Como um recipiendário de barro, animado e conduzido por um Ser Supremo em um chamado verdadeiro. Aqui estou, no templo do tempo e do espírito, guiado em silêncio a uma porta secreta, onde tudo se transforma.

 

A luz é novamente concedida a mim, reforçando o elo com o compromisso que assumi ao recebê-la pela primeira vez. Mais uma batalha foi vencida; minha vulnerabilidade transformou-se em coragem, e fui aceito entre os Mestres Secretos. Carrego a esperança de que esta chave, confiada a mim, abrirá os caminhos necessários para atingir o sublime cumprimento do dever: Amar, evoluir e frutificar.

 

Deivid Emiliano Alves Guimarães – Mestre Secreto

 

Breve Consideração

Por Hiran de Melo

 

Friedrich Nietzsche foi um filósofo que acreditava na transformação do ser humano — não por meio de dogmas ou obediência cega, mas pela superação de si mesmo, pela coragem de viver sem máscaras e enfrentar a vida em toda a sua complexidade. Scarlet Marton, estudiosa brasileira da obra de Nietzsche, nos mostra que sua filosofia é, acima de tudo, um chamado à liberdade e à criação de sentido.

 

O Testemunho do Mestre Deivid Emiliano Alves Guimarães fala exatamente disso: um caminho de superação, uma nova etapa da jornada onde o iniciado precisa voltar à humildade para poder avançar. Essa ideia se encaixa perfeitamente com o pensamento nietzschiano: o verdadeiro crescimento exige sempre um retorno, uma reavaliação, uma nova criação de si.

 

Trabalho, superação e criação de valor

 

Trabalhei arduamente, empunhando ferramentas pesadas para demonstrar meu valor...

 

Nietzsche valorizava o trabalho interior, não como uma obrigação moral imposta por outros, mas como um exercício de força de vontade. Scarlet Marton explica que, para Nietzsche, o ser humano que vale a pena é aquele que cria seus próprios valores em vez de simplesmente seguir os que lhe são dados.

 

Nesse trecho, vemos o autor dizendo que usou ferramentas para provar seu valor. Em termos simbólicos, isso representa o uso da razão, da vontade e da ação para construir a própria identidade. Esse é o caminho do que Nietzsche chamaria de “espírito livre”.

 

A queda e a vulnerabilidade como parte do processo

 

Nunca imaginei que retornaria a um estado de vulnerabilidade…”

 

Nietzsche nos ensina que não existe crescimento sem crise. O retorno à vulnerabilidade não é fracasso; é parte da transformação. Scarlet Marton mostra que Nietzsche via o sofrimento e a queda não como castigos, mas como etapas do amadurecimento.

 

O iniciado que retorna à escuridão reconhece sua limitação, mas isso é justamente o que o torna mais forte. A coragem de olhar para dentro é o que faz surgir o “além-do-homem” – aquele que não se contenta com pouco, que quer ser mais do que é agora.

 

A luz: símbolo da nova criação

 

“A luz é novamente concedida a mim…”

 

Nietzsche não acreditava em uma verdade única e eterna. Para ele, a luz verdadeira é aquela que nós mesmos acendemos, quando paramos de repetir verdades prontas e começamos a criar nossos próprios caminhos. Scarlet Marton reforça essa ideia ao mostrar que o filósofo propunha uma vida onde o homem fosse o artista de si mesmo.

 

A “luz” aqui pode ser vista como o despertar da consciência, a capacidade de criar sentido mesmo depois de já ter se sentido “iluminado” antes. Isso mostra maturidade espiritual: saber que a luz precisa ser reconquistada sempre de novo.

 

A chave e o compromisso ético

 

“...esta chave, confiada a mim, abrirá os caminhos necessários para atingir o sublime cumprimento do dever: Amar, evoluir e frutificar”.

 

A chave é um símbolo de responsabilidade. Não é um presente fácil, mas um chamado à ação consciente. Nietzsche valorizava o agir a partir de si mesmo, com autenticidade e sem medo.

 

Amar, evoluir e frutificar: três palavras que lembram os ideais nietzschianos.

 

Ø Amar: como um ato de potência, de afirmação da vida.

Ø Evoluir: como superação contínua (Nietzsche dizia: “torna-te quem tu és”).

Ø Frutificar: como expressão criativa da existência — viver de forma fértil, gerando sentido.

 

Conclusão: O Mestre como criador de si

 

O título de Mestre Secreto aqui não representa alguém que já chegou ao fim, mas aquele que entendeu que o caminho nunca acaba. Nietzsche dizia que o verdadeiro mestre é aquele que rompe com o velho para dar espaço ao novo — dentro de si, nas ideias e no mundo.

 

Scarlet Marton nos lembra que o pensamento de Nietzsche é uma convocação à responsabilidade por si mesmo, e essa responsabilidade é o que vemos no Testemunho do Mestre Deivid Emiliano: alguém que passou por batalhas internas, reconheceu a própria vulnerabilidade, aceitou o silêncio e agora segue criando-se de novo, como um verdadeiro iniciado.

 

Recomendo a leitura:

https://clinicahospitaleiros.blogspot.com/2025/08/recomecar-nao-e-sinal-de-fracasso-por.html


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