Instrução do Grau 6: Immanuel Kant

Inspetoria Litúrgica do Estado da Paraíba – 1ª Região

0225 - LOJA DE PERFEIÇÃO PAZ E AMOR

FUNDADA EM 11 DE ABRIL DE 1972

CAMPINA GRANDE -  PARAÍBA

 

Grau 6 – Uma reflexão à luz da ética do dever em Immanuel Kant

 

Nosso propósito aqui é refletir com clareza e profundidade sobre como os símbolos e ensinamentos deste grau dialogam com princípios morais baseados na razão, no dever e na dignidade humana.

 

Ética da razão e da retidão

 

Ao alcançar o Grau 6, o Irmão é chamado a uma missão silenciosa e essencial: ser digno da confiança que lhe foi depositada. Não se trata de autoridade ou reconhecimento, mas da integridade de agir corretamente, mesmo quando ninguém está observando.

 

Uma ação só tem verdadeiro valor moral quando é guiada pelo dever — e não por interesse, medo ou vaidade. Isso exige discernimento, coragem e fidelidade à própria consciência.

 

Moralidade como escolha consciente

 

A verdadeira moral não depende de recompensas ou consequências externas. Ela nasce da motivação interior: fazemos o que é certo simplesmente porque é o certo. O Secretário Íntimo age com discrição, justiça e integridade porque reconhece, pela razão, que esse é o caminho correto.

Assumir essa postura exige liberdade interior. Ele não obedece por submissão, mas por convicção. É um agente moral autônomo.

 

Os símbolos sob a ótica da razão ética

 

A Carta Selada


Representa o cuidado no uso da palavra e do conhecimento. Liberdade exige responsabilidade. O Secretário Íntimo deve transmitir a verdade com honestidade e discernimento, respeitando quem escuta e quem confia.

 

A Chave da Confiança


Simboliza o acesso ao íntimo do outro — e à própria consciência. Confiança mútua só se sustenta sobre respeito e retidão. Isso significa tratar o outro como fim, e nunca como meio para alcançar objetivos pessoais.

 

O Punhal da Retidão


É a firmeza diante das escolhas morais. Antes de agir, o Secretário Íntimo se pergunta: E se todos agissem assim? Ele entende que seu exemplo tem peso, dentro e fora do Templo.

 

Retidão sem vaidade, lealdade sem servilismo

 

A virtude verdadeira dispensa aplausos. O Secretário Íntimo permanece fiel à Ordem e aos seus valores não por submissão, mas por escolha lúcida. Ele sabe que ética não é seguir ordens cegamente, mas agir conforme a razão e o princípio do que é justo.

 

Silêncio ético, palavra justa

 

Neste grau, aprende-se a equilibrar fala e silêncio. A palavra deve ser usada com prudência: falar quando necessário para defender a dignidade, e calar quando o bem comum assim o pede. O Secretário Íntimo aplica a razão moral no uso da linguagem, escolhendo sempre o momento certo.

 

Poder e dignidade humana

 

O poder só é legítimo quando respeita a dignidade de todas as pessoas. O Secretário Íntimo, mesmo atuando nos bastidores, deve sempre lembrar: a ética precede a autoridade. Não se trata de agradar a quem manda, mas de obedecer àquilo que é certo.

 

Em síntese, o Secretário Íntimo é aquele que:

 

Age por dever, e não por interesse;

Decide com base na razão, não na conveniência;

Respeita o outro como igual em dignidade;

Usa a palavra como instrumento de justiça;

Guarda e transmite a verdade, com coragem e integridade;

É leal ao que é justo, e não apenas ao que lhe é ordenado.

 

Um chamado à integridade

 

Este grau oferece mais que um título: entrega uma missão. A de ser exemplo de moralidade racional e firmeza de caráter.

 

Seja fiel ao dever que você escolheu. Não por medo, nem por aparência, mas porque é o certo a fazer.

 

“Age de tal maneira que a máxima da tua ação possa tornar-se uma lei universal”. — Immanuel Kant

 

Hiran de Melo – Presidente da Excelsa Loja de Perfeição “Paz e Amor”, corpo filosófico da Inspetoria Litúrgica do Estado da Paraíba, Primeira Região, do Supremo Conselho do Grau 33 do REAA da Maçonaria para a República Federativa do Brasil.

 

Referência

(*) Grau 6 – Secretário Íntimo, recomendo a leitura para melhor entender o presente trabalho. Veja no link:

https://pazeamorloja0225.blogspot.com/2025/04/inspetoria-liturgica-do-estado-da_13.html

 

Anexo

 

Descrição da Ilustração

 

A ilustração, inspirada na ética do dever de Kant, apresenta um arranjo simbólico e austero dos principais elementos do Grau 6 da Maçonaria. Em um círculo de luz sobre fundo escuro, destacam-se: a Carta Selada ao centro, símbolo da verdade e da confiança; à esquerda, a Chave da Confiança, representando acesso responsável e integridade; e à direita, o Punhal da Retidão, expressão da clareza moral e da firmeza ética. A composição é sóbria e ordenada, reforçando os valores de razão, dever e dignidade, em um ambiente visual de introspecção e seriedade

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