Instrução do Grau 13: Immanuel Kant

Inspetoria Litúrgica do Estado da Paraíba – 1ª Região

0225 - LOJA DE PERFEIÇÃO PAZ E AMOR

FUNDADA EM 11 DE ABRIL DE 1972

CAMPINA GRANDE -  PARAÍBA

 

Grau 13 – leitura à luz da filosofia de Immanuel Kant

 

1. O Nome Sagrado — quando a verdade mora dentro

 

"O Nome Sagrado perdido representa mais que um segredo esotérico: ele é o símbolo da verdade suprema que o homem moderno [...] precisa redescobrir."

 

O Nome perdido não é um som oculto ou uma palavra esquecida — é a lembrança da verdade que habita em cada um.


Não se recebe de fora, mas se reconhece por dentro, quando a consciência está desperta.

 

A verdadeira santidade desse Nome não está no mistério, mas no dever.


É o chamado silencioso da razão:


Age apenas segundo uma máxima que possas querer que se torne uma lei universal”.

 

Ao buscá-lo, o Cavaleiro do Real Arco está, na verdade, procurando sua bússola moral — aquela que aponta para o bem não por conveniência, mas por convicção.

 

2. Escavar-se — a jornada da autonomia

 

"A escavação [...] é comparável ao desvelamento da verdade que está oculta sob camadas de ego, ignorância e orgulho."

 

Escavar a abóbada é escavar a si mesmo.
Ir além das convenções, dos ecos repetidos, das verdades prontas.


É romper a dependência de opiniões alheias e aprender a pensar com clareza e coragem.

 

Essa é a passagem da obediência cega para a escolha consciente.


Do "dever imposto" para o "dever assumido".


A liberdade, aqui, é moral — não fazer o que se quer, mas querer o que é certo.

 

3. Moral: escolha, não impulso

 

"Purificar-se de paixões e preconceitos..."

 

A ética não nasce do medo, da esperança ou da emoção — nasce do respeito pelo que é certo.


Agir moralmente é fazer o bem mesmo quando ninguém vê, mesmo quando custa.


Não por desejo de recompensa, mas porque é o certo a se fazer.

 

O iniciado é desafiado a se perguntar, em silêncio:


Faço isso porque é justo — ou porque me convém? ”

 

Essa é a verdadeira iniciação: o sacrifício do ego em nome da integridade.

 

4. O Nome impronunciável — o mistério como reverência

 

"É significativo que o Nome não possa ser pronunciado."

 

Nem tudo pode ser dito.


Há coisas que só podem ser sentidas, vividas, intuídas no silêncio.

 

Existe um limite para o que a razão alcança.
Aquilo que transcende o mundo sensível — como a alma, Deus, o infinito — não se define, mas se respeita.

 

O silêncio diante do Nome não é ignorância: é reverência.
É a aceitação humilde de que o Bem existe, mesmo que não caiba em palavras.


Um reconhecimento sereno: há luzes que iluminam sem se deixarem tocar.

 

Os deveres do Cavaleiro Real do Arco

 

Os quatro deveres do grau ecoam com perfeição os pilares da moral racional.

 

Buscar a verdade com humildade:


A razão é nossa guia, mas seus limites são parte da sua grandeza.

 

Purificar-se de paixões:


Ética não é emoção — é escolha firme, desinteressada, constante.

 

Conhecer-se:


Só quem sabe quem é pode agir com verdade.

 

Silenciar com sabedoria:


Há virtude em calar diante do que escapa à linguagem, mas não à consciência.

 

Por enquanto

 

Este grau não entrega um segredo externo — convida a uma descoberta interior.


Não revela um nome mágico — desperta o senso de dever.

 

É um chamado à ação silenciosa, firme e justa.


Agir por princípios, com liberdade e respeito. Fazer o bem por querer o bem.

 

Como diria Immanuel Kant,

 

O céu estrelado sobre mim, e a lei moral dentro de mim”.

 

O Cavaleiro do Real Arco carrega essa lei em silêncio —
não nos lábios, mas na conduta.

 

Hiran de Melo – Presidente da Excelsa Loja de Perfeição “Paz e Amor”, corpo filosófico da Inspetoria Litúrgica do Estado da Paraíba, Primeira Região, do Supremo Conselho do Grau 33 do REAA da Maçonaria para a República Federativa do Brasil.

 

Conheça mais e melhor:

https://pazeamorloja0225.blogspot.com/2025/06/instrucao-do-gr-au-13-gilles-deleuze.html

 

Anexo

 

Descrição da Ilustração

 

Esta imagem traduz, em símbolos visuais, a jornada do autoconhecimento e da verdade interior — um diálogo silencioso entre a filosofia de Kant e o mistério do Grau 13.

 

Ao centro, uma figura humana etérea, de contornos suaves e corpo translúcido, ergue o rosto em contemplação. Não busca fora — mas acima e dentro. Sua forma quase imaterial evoca a leveza da consciência, a presença sutil do que é essencial e invisível.

 

Elementos simbólicos:

 

Luz Interior


Do coração emana uma luz dourada, viva e serena —
o “Nome Sagrado” como razão desperta, dever assumido,
bússola moral que não grita, apenas pulsa.

 

Céu Estrelado


Acima, o cosmos se abre em constelações e névoas luminosas. É o “céu estrelado sobre mim” — a vastidão que não se explica, apenas se reverencia. O Bem, aqui, não é nomeado — é sentido em silêncio.

 

Abóbada Abstrata


Ao fundo, camadas de azul e roxo se fundem como véus.
Não há pedra nem terra, mas há profundidade —
sugestão de uma escavação interior, onde se toca o que está além do ego.

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