Instrução do Grau 14: Friedrich
Nietzsche
Inspetoria Litúrgica do Estado da Paraíba – 1ª Região
0225 - LOJA DE PERFEIÇÃO PAZ E AMOR
FUNDADA
EM 11 DE ABRIL DE 1972
CAMPINA
GRANDE - PARAÍBA
Grau 14 - Um olhar inspirado pela filosofia de Friedrich Nietzsche
“Não é a verdade
que deve guiar o iniciado, mas a fidelidade à sua própria luz interior”. — Uma
síntese entre o espírito do Grau 14 e o pensamento de Nietzsche.
1. Um Grau de Culminância e Reconstrução
No
Grau 14 temos o auge dos chamados Graus Inefáveis. Não é apenas uma etapa — é
um renascimento. Aqui, o maçom não só busca o conhecimento, ele se torna o
próprio conhecimento: vivo, presente, encarnado na ação.
Esse
momento não representa uma submissão a algo externo, mas um reencontro consigo
mesmo. O iniciado reconhece que não precisa procurar fora o que já pulsa dentro
de si. Ele é templo, é caminho, é resposta.
2. A Superação do Ego e a Morte dos Ídolos
Durante
a jornada, somos levados a questionar os deuses que criamos, os mitos que
sustentamos, as verdades que aceitamos sem pensar. O Nome Inefável não está “lá
fora”. Está em mim — quando ajo com justiça, quando vivo com sabedoria, quando
falo com verdade.
Esse
reconhecimento dissolve a dependência de dogmas e rituais vazios. A verdadeira
fé se revela no gesto silencioso, na integridade cotidiana. O Grau 14 nos
convida a abandonar os ídolos para encontrar o sagrado dentro de nós.
3. Vontade de Criar: O Templo Interior
Cada
um de nós carrega uma força criadora — uma vontade de crescer, transformar,
deixar marcas boas no mundo. O templo interior é a imagem viva dessa
construção.
O iniciado que atinge este grau:
Já
enfrentou suas sombras;
Já
desmontou ilusões;
Já
compreendeu que o verdadeiro trabalho é o de si mesmo.
Agora,
ele se ergue como um arquiteto de si, moldando sua alma como um espaço sagrado
— não pronto, mas vivo, em constante aperfeiçoamento.
4. A Luz que Vem de Dentro
A
Luz do Grau 14 não é uma revelação que vem do alto. É um despertar que brota de
dentro. Não há promessa de salvação externa — há a coragem de ser verdadeiro
consigo mesmo.
É
a luz de quem superou a culpa, enfrentou o medo, venceu a mentira. De quem
descobriu que liberdade é viver segundo uma ética interior, nascida da
experiência e da escuta do coração.
5. Espírito Livre, Alma Sublime
O
Perfeito e Sublime Maçom é, por excelência, um espírito livre. Alguém que rompe
com o que oprime e acolhe o que liberta. Alguém que não copia verdades prontas,
mas constrói a sua com autenticidade.
Ele
não busca recompensas no fim da estrada — encontra plenitude no próprio
caminho, na beleza de servir, na alegria de ser útil, no silêncio da
consciência tranquila.
6. A Ética da Superação
A
moral deste grau não é moral de culpa, mas de crescimento. Não se impõe como
regra — floresce como coerência. A virtude aqui não é pose, é prática. Não é
dogma, é vivência.
Ser
bom, neste grau, é ser inteiro. É ser exemplo — não por vaidade, mas por
fidelidade a si mesmo. É reconstruir-se todos os dias, aceitando que a obra
nunca estará pronta. E justamente por isso, ela é viva.
7. O Eterno Retorno da Luz
A
grande lição é simples e profunda: viva de forma que, se a vida tivesse que ser
vivida de novo, você não mudaria nada. Que cada gesto seja tão verdadeiro, que
sua existência se torne uma oferenda ao Grande Arquiteto do Universo.
O
Grau 14 não aponta para uma recompensa futura. Ele revela que a própria vida,
quando vivida com integridade, já é um templo — onde cada ação justa, cada
palavra sincera, cada pensamento elevado é um ato sagrado.
Hiran de Melo – Presidente da Excelsa Loja de
Perfeição “Paz e Amor”, corpo filosófico da Inspetoria Litúrgica do Estado da
Paraíba, Primeira Região, do Supremo Conselho do Grau 33 do REAA
da Maçonaria para a República Federativa do Brasil.
Conheça mais e melhor:
https://pazeamorloja0225.blogspot.com/2025/06/instrucao-do-gr-au-14-immanuel-kant.html
Anexo
Descrição
da Ilustração
No
centro, uma mulher de cabelos ruivos e olhar firme representa o momento da
autodescoberta — quando o iniciado, no Grau 14, reencontra sua luz interior. Ao
redor dela, fachadas ruem e sombras se desfazem: símbolos das ilusões
superadas, dos ídolos deixados para trás.
De
seu peito emerge um templo branco, sereno, construído não com pedras, mas com
consciência. É o templo interior: livre de expectativas, erguido pela vontade
de criar e pela coragem de ser.
O
céu gira em espirais coloridas, marcando a transição para uma nova visão de si
mesmo. Realismo e fantasia se misturam, como numa alma que acorda. Cada linha,
cada cor, ecoa a jornada da superação e do renascimento.
No
olhar da mulher, uma verdade silenciosa: a luz que procuramos fora sempre
esteve dentro.
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