Instrução do Grau 6: Friedrich Nietzsche
Inspetoria Litúrgica do Estado da Paraíba – 1ª Região
0225 - LOJA DE PERFEIÇÃO PAZ E AMOR
FUNDADA
EM 11 DE ABRIL DE 1972
CAMPINA
GRANDE - PARAÍBA
Grau 6 – Entre Verdade, Poder e Autossuperação na visão de Friedrich
Nietzsche
O Grau 6 da Maçonaria — Secretário Íntimo —
convida o iniciado a um novo patamar de maturidade: domínio de si, ética na
ação e responsabilidade no uso da palavra e do poder simbólico.
Esse caminho pode ser lido à luz do
pensamento de Friedrich Nietzsche, que propôs uma ruptura com as verdades
herdadas e os moralismos vazios. Em vez de destruir valores, ele buscava elevar
o ser humano, guiando-o à autenticidade e à coragem de viver com profundidade.
O Secretário Íntimo e o Espírito Forte
Neste grau, o Irmão já não é um simples
aprendiz: é alguém que começa a discernir e a agir com consciência. A confiança
que recebe não se resume ao silêncio sobre segredos — exige lucidez, coragem e
senso de missão.
“Torna-te quem tu és”, ele dizia. Aqui, essa
frase ganha corpo: o iniciado começa a viver eticamente, não por medo de
punição, mas por amor à verdade, à justiça e à sua própria liberdade interior.
O Poder como Provação
O Secretário Íntimo transita em um campo
sutil de influência: conselhos, decisões, informações. O verdadeiro desafio é
não cair na tentação do ego ou da vaidade. O poder, neste grau, é provação — e
não privilégio.
Quem usa a confiança alheia para manipular,
perde a si mesmo. É preciso lembrar: quem combate monstros deve cuidar para não
se tornar um deles.
A Verdade como Responsabilidade
A “Carta Selada” é símbolo de uma verdade que
deve ser transmitida com integridade. A verdade, aqui, não é um dogma
engessado, mas algo vivo, que exige discernimento, sensibilidade e clareza de
propósito.
O Secretário Íntimo deve comunicar com
sabedoria, mesmo quando isso for difícil. A palavra certa, no momento certo, é
ato de coragem ética.
O Punhal e a Coragem Ética
O punhal que carrega não é arma de ataque,
mas símbolo do discernimento — a capacidade de cortar o que é falso, vaidoso ou
superficial. É também a força de agir quando necessário, mesmo contra
conveniências.
Esse é o espírito dionisíaco: afirmar a vida
em toda sua complexidade, com coragem, ação e verdade.
Lealdade Livre, Não Submissão
A lealdade do Secretário Íntimo não é cega.
Ele não segue por medo ou hábito, mas por afinidade com os valores que escolheu
viver. Sua fidelidade é ativa, consciente e crítica.
A confiança que recebe exige retidão
interior, não aparência.
Silêncio e Palavra: Duas Faces da Sabedoria
No grau anterior, o Irmão aprendeu o
silêncio. Agora, aprende a palavra. Mas não qualquer palavra — aquela que nasce
do silêncio interior, que edifica, aconselha, transforma.
Isso é vontade criadora: não querer dominar,
mas afirmar a vida com sentido e coragem.
Síntese do Caminho
O Secretário Íntimo,
inspirado por esse olhar, é aquele que:
Domina o ego e
reconhece seus limites;
Enxerga o poder como
responsabilidade moral;
Fala com verdade e
discernimento;
Cria sentido, não
repete fórmulas prontas;
Une silêncio reflexivo
com palavra justa;
É fiel à missão que
escolheu, por grandeza de alma — não por medo.
Um Grau-Espelho
O Grau 6 não é uma escada de prestígio. É um
espelho. O que se vê ali é a responsabilidade de ser quem você é — sem
máscaras, sem vaidades, sem omissão.
Seja digno da confiança que lhe é dada.
Não apenas guarde segredos — guarde a integridade.
Não apenas fale com prudência — fale com alma.
Como escreveu Nietzsche:
“Aqueles que dançavam foram chamados de
loucos por aqueles que não podiam ouvir a música”.
Hiran de Melo – Presidente da Excelsa Loja de
Perfeição “Paz e Amor”, corpo filosófico da Inspetoria Litúrgica do Estado da
Paraíba, Primeira Região, do Supremo Conselho do Grau 33 do REAA
da Maçonaria para a República Federativa do Brasil.
Referência
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(*) Grau 6 – Secretário Íntimo, recomendo a leitura para melhor entender o
presente trabalho. Veja no link: |
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https://pazeamorloja0225.blogspot.com/2025/04/inspetoria-liturgica-do-estado-da_13.html |
Anexo
Descrição da Ilustração
No centro, uma figura em ascensão emerge de
um fundo caótico e vibrante. Cores profundas — azuis, vermelhos e amarelos —
simbolizam o mundo interior em conflito e a ruptura com verdades herdadas. A
figura representa o iniciado que, superando a passividade, busca autenticidade
e domínio de si.
Um feixe de luz atravessa a escuridão,
apontando para a autossuperação. Nele, surgem símbolos discretos: um olho, uma
balança, uma espiral ou fênix — expressões visuais da verdade, responsabilidade
e transformação. Esses elementos sintetizam os pilares do grau e a visão
nietzschiana de um ser humano que se eleva além dos dogmas.
A ausência de símbolos maçônicos tradicionais
reforça o foco interno da jornada. A obra é uma metáfora da coragem de ser
verdadeiro consigo mesmo — não por obediência, mas por grandeza de alma.
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