Instrução do Grau 8: Gilles Deleuze
Inspetoria Litúrgica do Estado da Paraíba – 1ª Região
0225 - LOJA DE PERFEIÇÃO PAZ E AMOR
FUNDADA
EM 11 DE ABRIL DE 1972
CAMPINA
GRANDE - PARAÍBA
GRAU 8 – A Liderança como Criação em Movimento inspirada em
Gilles Deleuze
Ao
mergulharmos na sabedoria do Grau 8 – Intendente dos Edifícios, percebemos que
este não é apenas um chamado para coordenar obras ou distribuir tarefas.
Trata-se de assumir um papel mais profundo: o de um criador consciente, que
lidera não por status, mas por compromisso com a construção coletiva do templo
simbólico e da vida moral.
Aqui,
a liderança é um processo vivo — que se adapta, escuta, transforma e acolhe.
Essa visão encontra eco em um pensamento filosófico que nos inspira a ver tudo
como fluxo e transformação: o universo simbólico da Maçonaria como uma obra
sempre em movimento.
Estilo do Grau: Inspirador, Dinâmico e Vivo
Este
grau não fala em rigidez. Ele fala em escuta, em ação ética, em
responsabilidade diante dos outros. É um convite à maturidade espiritual:
deixar de apenas executar e começar a inspirar, orientar, construir junto.
A
liderança aqui não é vertical, mas circular. Cada irmão tem sua luz, seu papel,
sua importância. O Intendente é aquele que une, sem apagar o brilho de ninguém.
1. Liderar como Movimento, não como Controle
Nada
aqui é fixo. O líder não é o centro imutável da construção — é parte de um
fluxo. A Obra muda, as necessidades mudam, e o Intendente precisa ter
sensibilidade para perceber e se ajustar. Liderar, nesse contexto, é permitir o
crescimento da Obra como um organismo vivo, respeitando sua natureza em
transformação.
2. O Templo como Rede Viva
O
templo simbólico não é uma hierarquia de pedras empilhadas. Ele se assemelha a
uma rede subterrânea, como raízes que se espalham, se entrelaçam, se fortalecem
mutuamente. Cada maçom é um ponto vital dessa rede. A verdadeira liderança
reconhece essa horizontalidade: coordena, mas não impõe; orienta, mas não
sufoca.
3. Diversidade como Força Criadora
Não
há um único modelo de pensar, sentir ou construir. Cada Irmão traz sua visão,
seu talento, seu ritmo. O papel do Intendente é fazer essas diferenças
dialogarem. Em vez de padronizar, ele harmoniza. Em vez de moldar, ele conecta.
A multiplicidade não é um desafio — é um tesouro.
4. O Plano como Espaço de Criação
O
plano do Grande Arquiteto do Universo não deve ser entendido como uma planta
fechada, engessada. É um campo aberto de possibilidades. O Intendente não
apenas segue ordens: ele compreende o espírito da Obra, e por isso sabe
adaptá-la quando necessário. Ele colabora com o invisível, respeitando tanto a
estrutura quanto a liberdade.
5. Instrumentos que Medem a Si Mesmo
O
esquadro, o nível e o compasso não servem apenas para medir o mundo exterior.
Eles são, antes de tudo, símbolos de autoconhecimento. O verdadeiro líder
começa ajustando a si mesmo. Sua régua é interna. Sua maior construção é sua
própria consciência.
6. Moralidade como Obra Compartilhada
A
liderança proposta por este grau não nasce do ego, mas do serviço. O Intendente
é aquele que:
Domina suas paixões,
não para reprimi-las, mas para canalizá-las.
Entende que a Obra é
maior que o seu nome.
Faz da colaboração sua
linguagem.
E vê, no templo
interior de cada irmão, uma parte do todo que está sendo construído.
7. Um Criador de Realidades Novas
Neste
grau, o líder ideal não impõe, mas inspira. Não repete, mas reinventa. É como
um catalisador: ajuda os outros a se transformarem, e nesse processo,
transforma a si mesmo. Como dizia Gilles Deleuze, “não somos indivíduos
prontos, somos fluxos, somos devir”.
Ser
Intendente, assim, é aceitar que tudo está em construção — inclusive nós
mesmos.
8. A Obra Inacabada e a Jornada Ética
O
templo simbólico não se encerra em paredes ou colunas. Ele é feito de
encontros, escolhas, virtudes. Nunca estará totalmente pronto, porque sempre
haverá mais a aprender, a corrigir, a criar.
Como
lembrou Albert Pike:
“O
verdadeiro Intendente é aquele que vê no esforço comum a expressão da vontade
divina — e que lidera com humildade, coragem e sabedoria”.
Que
assim seja.
Que
cada um de nós, ao vestir o avental deste grau, lembre-se de que liderar é
construir pontes, acender luzes e manter viva a chama da transformação.
Seguimos
juntos — diversos, unidos, e sempre em construção.
Hiran de Melo – Presidente da Excelsa Loja de
Perfeição “Paz e Amor”, corpo filosófico da Inspetoria Litúrgica do Estado da
Paraíba, Primeira Região, do Supremo Conselho do Grau 33 do REAA
da Maçonaria para a República Federativa do Brasil.
Conheça mais e melhor:
https://pazeamorloja0225.blogspot.com/2025/06/instrucao-do-gr-au-13-friedrich.html
Anexo
Descrição da Ilustração
A
imagem transmite a ideia de que a liderança
não é sobre controle, mas sobre permitir o fluxo e o crescimento. Ela
ilustra a diversidade como força
criadora e o plano da obra como
um espaço de possibilidades abertas, sempre em construção. O líder, o
Intendente, é visto como um catalisador
que inspira a criação e a transformação, tanto da Obra quanto de si
mesmo e dos Irmãos.
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