Instrução do Grau 8: Immanuel Kant
Inspetoria Litúrgica do Estado da Paraíba – 1ª Região
0225 - LOJA DE PERFEIÇÃO PAZ E AMOR
FUNDADA
EM 11 DE ABRIL DE 1972
CAMPINA
GRANDE - PARAÍBA
GRAU 8 – A Liderança como Construção Ética em Immanuel Kant
O Templo Exterior e o
Interior
Ao
avançarmos para o Grau 8 – Intendente dos Edifícios, deixamos de ser apenas
construtores da forma e passamos a ser responsáveis pela direção da Obra. Mas
essa obra não é apenas material: ela é também moral e espiritual. É sobre guiar,
coordenar e cuidar – não com autoridade fria, mas com retidão, consciência e
humildade.
Neste
caminho, ideias da filosofia de Immanuel Kant ajudam a iluminar um ponto
essencial: liderar não é mandar, é servir com responsabilidade e agir com
coerência moral.
1. Estilo e Inspiração do Grau
Este
grau tem um tom reflexivo e simbólico. As imagens da arquitetura – o templo, as
colunas, os instrumentos – nos lembram que o verdadeiro edifício que estamos
construindo é interior.
É
uma linguagem que convida à consciência: o Intendente não é mais apenas um
operário. Ele se torna um exemplo. Um guia. Um espelho para os que constroem ao
seu lado.
2. A Liderança como Dever Moral
O
verdadeiro líder não age por interesse, mas por dever. Não busca reconhecimento,
mas cumpre uma missão maior: colaborar na construção de algo que não lhe
pertence – a Obra do Grande Arquiteto do Universo.
Essa
liderança nasce de uma escolha: agir por princípios, mesmo quando ninguém está
olhando. Ser justo, mesmo quando seria mais fácil ser conveniente.
3. Autodomínio e Consciência Racional
Quem
quer orientar outros, precisa primeiro saber se guiar.
O
domínio das paixões, a vigilância sobre o próprio orgulho e a firmeza interior
são marcas do verdadeiro Intendente.
Liderar
exige clareza de pensamento, mas também integridade de alma. A razão aqui não é
frieza – é lucidez a serviço do bem.
4. A Pessoa como Fim, Nunca como Meio
O
Intendente não usa os Irmãos para se destacar. Ele serve para que todos
cresçam. Ele acende luzes, não para ser visto, mas para que outros vejam melhor
o caminho.
Toda
ação deve respeitar a dignidade do outro. A liderança fraterna valoriza cada
pessoa por si mesma, e não por sua utilidade.
5. O Templo Mais Importante é o da Alma
A
construção exterior importa. Mas a verdadeira Obra é invisível: é feita de
virtudes, de decisões conscientes, de gestos silenciosos que refletem justiça e
fraternidade.
O
Templo mais nobre é aquele que estamos erguendo dentro de nós – e cada atitude
honesta é uma pedra bem assentada.
6. Os Símbolos sob Nova Luz
Instrumentos de
medição: Representam a razão que sabe avaliar
e corrigir, começando por si mesma.
Plano de construção: Lembra que há uma ordem maior, e que
nossa tarefa é colaborar com ela.
As colunas e o templo: São imagens do nosso progresso moral
– do esforço de sermos melhores e ajudarmos os outros a também se elevarem.
7. O Intendente como Exemplo Ético
Este
grau não fala de status, mas de compromisso. O Intendente
ideal:
Coordena com
sabedoria, mas também escuta com humildade.
Corrige com firmeza,
mas sem arrogância.
Lidera com coerência,
e não com vaidade.
“Age
de tal maneira que a máxima da tua ação possa ser erigida como uma lei
universal”. — Immanuel Kant
8. Liderar é Servir com Sabedoria
Como
ensina Albert Pike:
“O
verdadeiro Intendente é aquele que vê no esforço comum a expressão da vontade
divina — e que lidera com humildade, coragem e sabedoria”.
Irmãos,
que este grau nos inspire a sermos mais que supervisores de uma obra externa. Que
sejamos fiéis construtores do nosso Templo interior, erguido com virtudes,
justiça e amor fraterno — um templo que, uma vez completo, servirá de abrigo à
luz que carregamos dentro de nós.
Assim
seja.
Hiran de Melo – Presidente da Excelsa Loja de
Perfeição “Paz e Amor”, corpo filosófico da Inspetoria Litúrgica do Estado da
Paraíba, Primeira Região, do Supremo Conselho do Grau 33 do REAA
da Maçonaria para a República Federativa do Brasil.
Conheça mais e melhor:
https://pazeamorloja0225.blogspot.com/2025/06/instrucao-do-gr-au-13-friedrich.html
Anexo
Descrição da Ilustração
A
imagem mostra um templo inacabado, de estilo clássico, com materiais e
ferramentas ao redor, simbolizando a construção da liderança ética. Em primeiro
plano, uma figura jovem analisa plantas arquitetônicas, representando a busca
racional por princípios morais. Uma luz suave emana do interior, evocando o
“templo interior” da consciência. Inspirada na ética kantiana, a cena expressa
dever, racionalidade e autoaperfeiçoamento, em tons calmos de cinzento, bege e
azul claro.
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